A China vem crescendo, como em todas as áreas, e a Alemanha vem logo em seguida. No entanto, essa não é uma conta fácil de ser feita, dependendo do indicador observado (capacidade instalada, número de mainframes, máquinas não-IBM, valor monetário, etc...) pode-se ter alguma variação nesse ranking, principalmente abaixo dos Top 5.
Independente de como é feita a conta, a verdade é que o Brasil teve uma penetração muito grande da plataforma IBM Mainframe, desde o seu lançamento e cresceu muito nos anos 70. Essa penetração criou todo um eco-sistema em torno da plataforma, com o surgimento de empresas provedoras de maquinas compatíveis (PCM's), fabricantes de periféricos, fabricantes de software básico e soluções de negócios, faculdades e empresas de Outsourcing, entre outros.
Com a onda do Downsizing, nos anos 90, mesmo todo esse eco-sistema tendo sido bastante reduzido, ainda assim teve capacidade para se manter ativo. Quando, no inicio dos anos 2000, a plataforma Mainframe retomou seu crescimento no mercado, devido ao eco-sistema ainda existente, o Brasil foi onde se verificou maior vigor de crescimento, subindo no ranking mundial e se tornando um centro de excelência mundial para vários fornecedores para a plataforma, seja de soluções ou de Outsourcing, inclusive para a própria IBM, que estabeleceu seu maior centro de Outsourcing global em Campinas, SP.
A grande penetração no Brasil dos Mainframes, decorre de dois motivos fundamentais :
1. Presença da IBM no Brasil desde 1917, com fábricas e estrutura de vendas.
2. Política de Informática , a chamada reserva de mercado, que proibiu a importação de computadores para competir com os de fabricação nacional. Como a IBM já tinha fábrica no Brasil, passou a produzir localmente os computadores da família S/370 e com isso conquistou o mercado.
No texto abaixo, trazemos um resumo da história da computação no Brasil, que esclarece um pouco mais os diversos momentos pelos quais o Brasil passou e como a indústria de computadores se desenvolveu.
Inicio
dos Computadores no Brasil
Fontes:
Guerrilha tecnologica , de Vera Dantas , 1988
Industria da Informatica , Clélia
Piragibe, Editora Campus, 1985
A história
da evolução dos computadores no Brasil é o resultado de tres fatores:
. vontade politica do governo em incentivar o
desenvolviemnto da industria nacional,
. participação de empresas estrangeiras
radicadas no país atraves de importação e/ou de suas fábricas no país
. evolução da tecnologiada informação a nível
mundial.
Esse
processo desenvolveu-se em tres fases distintas, sendo a primeira de 1957 a 1972, caracterizada pela livre importação, a segunda fase que vai até metade dos anos 80
onde instalou-se uma politica governamental com níveis graduais de incentivo a
industria nacional e restriçoes a importação, culminado com a reserva de mercado e a terceira fase, que vai até 1992 com o fim da
política de informática e a abertura do mercado.
A partir de
então o Brasil se torna um player importante na economia cada vez mais globalizado, mesmo sem a sua
industria ter atingido a posição planejada no início da jornada.
Os
primeiros computadores
Os
computadores começaram a chegar no Brasil no final dos anos 50 pelas mãos do governos do estado de São Paulo, que trouxe o
primeiro em 1957, um Univac-120, maquina com 4500 valvulas que tinha como
finalidade o controle do consumo de água na cidade. Em 1959 a Anderson Clayton introduziu o
primeiro computador da IBM no país, um Ramac 305, com mil valvulas e disco de
150 KB, complexo que ocupava todo um andar da empresa.
Nessa
época, o governo começou a se preparar para adotar os computadores no setor público,
criando um grupo de estudo que apresentou seu plano estrategico no início de
1959, onde recomendava a criação de um Centro de Processamento de dados (CPD) para
fomentar o uso dos computadores e formação de profissionais, definindo tambem as politicas de importação de
computadores.
A partir
desse momento a iniciativa privada começa a importar computadores com maior
frequencia. A Pontifícia Universidade
Católica do rio de Janeiro (PUC-RJ) foi a primeira, trazendo um Burroughs-B205
e mais tarde um IBM -7044, o
IBGE trouxe um Univac- 1103 (ou 1105????), que nao chegou a funcionar
por problemas tecnicos e falta de componentes no pais, e a Lista Telefonicas
Brasileiras trouxe um computador Bull-Gama.
A Universidade
de São Paulo (USP) foi a segunda
instituiçao universitária a ter um computador , um IBM-1620, em 1962 e a UFRJ ganhou seu IBM-1130 no
final dos anos 60. Também nessa época a
Petrobras já instalava seu CPD com equipamentos IBM.
Com a
crescente difusão dos computadores, os principais fabricantes mundiais se
estabelereceram no país.
O ITA
passou a ser o principal provedor de mão de obra para essas empresas, não
somente pelo alto nível do Instituto mas tambem pelo intercambio que mantinha
com os principais centros academicos do mundo em computação, nos EUA e Europa.
A IBM já se
encontrava estabelecida no Brasil desde 1917 em função de suas linhas de
produtos anteriores ao computador e nessa época já operava na Av. Presidente
Vargas, no Rio de Janeiro.
Políticas
de Informática
Em 1967, na
presidencia de Artur da Costa e Silva, o governo lança o Plano Estratégico de
Desenvolvimento, primeira tentativa oficial de estabelecimento de uma politica
para o desenvolvimento de tecnologia nacional e fabricação de equipamentos
eletrônicos, computadores entre eles, financiando os principais centros academicos
do pais para a implementacao dessa
politica. Para conduzir as políticas
estabelecidas, foi criado um grupo denominado Grupo de Trabalho Especial, com
representandes da Marinha.
A USP
ganhou o primeiro projeto dessa iniciativa, em 1968, inaugurando o seu laboratório de
Sistemas Digitais e já em 1970 abria
vagas para curso de formação em computadores.
Em 1972 assinava o primeiro
contrato com a Marinha para fornecer um computador para equipar suas fragatas,
ganhando acirrada concorrencia contra
PUC-RJ e Unicamp.
O Univac-1105
do IBGE não funcionou a tempo de atender o censo de 1960 e com medo de perder
tambem o censo de 1970, o IBGE fez uma parceria com a PUC-RJ que entregou os primeiros resultados do censo
dois anos após a conclusão do censo, processado no IBM-7440 e inaugurando o centro
de processamento de dados do IBGE, denominado Instituto Brasileiro de
Informatica (IBI) . Os dados finais
foram concluidos em 1975 já usando um IBM 360/158 , o primeiro da familia S/360 no Brasil.
Em final de
1964 é fundado o SERPRO, com o objetivo de outomatizar os orgãos arrecadadores
federais, que começa sua operação com um computador IBM 1401 e dois
Univacs-1004.
No final de
1971, levantamento realizado pelo Ministério do Planejamento apontou a
existencia de cerca de 600 computadores no país, sendo 75% da IBM, 20% da
Burroughs e 5% de outros. O Brasil
representava entre 0.5% e 1% do mercado mundial (* fonte: guerrilha
tecnologica- Vera Dantas).
A produçao
nacional até esse momento se resumia a alguns poucos modelos de computadores de
médio porte, em uso na Marinha, e alguns periféricos para os equipamentos de
grande porte.
CAPRE
Esse
cenario, de pouco avanço da inicitiva nacional em pouco mais de cinco anos de
investimentos, gerou grande preocupacao na cúpula do governo que buscou
acelerar o desenvolviemtno da industria nacional através da criaçao da Comissão
de Coordenação das Atividades de
Processamento Eletronico , CAPRE, via decreto
assinado pelo ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Veloso , em 5
de Abril de 1972.
(*fonte –
Revista de Administração – Abril/junho 1983- Gileno Fernandes Marcelino).
Em 1973, numa
de suas primeiras ações, a CAPRE mapeou o nível de penetração dos computadores
no Brasil e chegou a contar cerca de 700 computadores distribuídos por 636
empresas, entre pequeno, médio e grande porte e empregando pouco mais de 11 mil
profissionais . Apesar do crescente
uso de computadores no Brasil , ainda representava pouco se comparado com EUA e França.
O
predominio da IBM e da Sperry na adoção
dos computadores incomodava os lideres do governo que vinham cada vez
mais distante o atingimento de seus objetivos.
Mas isso
não era um cenário que ocorria somente no Brasil. Paises como Japão, Inglaterra, Alemanha e
até mesmo a França, que via reduzida sua presença no mercado nacional e
internacional após o lançamento da familia S/360 da IBM, partiram para politicas protecionists de sua
indústria.
Em abril de
1973, o governo cria a Digibrás, tendo
como acionistas a Petrobras, Telebras, Serpro e BNDE (antigo BNDES) e cujo objetivo era acelerar o desenvolvimento
de computadores para fins militares, em
parceria com a firma inglesa Ferranti e para fins civis, em parceria com a japonesa Fujitsu.
(fonte: forum TIC -
http://www.forumtic.org.br)
Com a posse
do novo presidente Ernesto Geisel em 1974, o governo decide reforçar a politica
de informática e lança a nova versão do Plano
Nacional de Desenvolvimento (PND) ,
dando maior enfase na fabricação de componentes eletronicos, circuitos
integrados e centrais digitais de telecomunicações.
Já nessa
época, o parque de computadores instalados no pais, de acordo com relatórios da
CAPRE, apresentava cerca de 2700 maquinas entre minis, médio e grande porte, um
crescimento de aproximandamente 50% em relação ao ano anterior, sendo que mais de 98%
era fruto de importação.
A Burroughs liderava no segmento de minis e a IBM nos de médio e
grande porte.
A
Honeywell-Bull vinha em terceiro lugar seguida de Olivetti, Philips, DEC, HP
NCR e outras de pequena representatividade e que totalizavam cerca de 35
empresas estrangeiras no setor
eletro-eletrônico.
Restrições
a importação
Diante de
tal cenário, em que os investimentos e esforços do governo não pareciam alterar
o quandro de dependencia das importanções, o governo decidiu colocar restrições
aos processos de importação, decretando um conjunto de regras que
restrigiam e dificultavam a importaçõa de peças eletronicas, computadores e
periféricos, a partir de dezembro de 1975.
Simultaneamente, incentivou a formação de joint-ventures
entre empresas nacionais e estrangeiras que trouxessem know-how para o país.
Como
resultado dessa política, a Digibras se associou a inglesa Ferranti e foi
criada a COBRA- Computadores do Brasil, em Julho de 1974.
Os
desdobramentos da politica de restrição as importações juntamente com o incentivo a indústria
nacional, acabou por desenhar um cenário de
‘Reserva de Mercado‘
Onde o
mercado seria segmentando por áreas, algumas a serem supridas pela indústria
nacional, essencialmente para minicomputadores e áreas que continuariam
abertas as importaçoes, e outras a serem supridas pelas multinacionais
radicadas na pais.
Dentro
dessa segmentação, caberia a COBRA
suprir o mercado com computadores de pequeno porte, além de alguns periféricos
para os demais fornecedores.
A
concorrencia tornou-se mais acirrada com a competitividade da Cobra e com a
expectativa de crescimento do mercado brasileiro, atraindo com isso
investimentos dos grandes players mundiais.
Em 1977,
começa-se a ver alguns resultados da politica de restrições a importação, com o
surgimento de empresas nacionais como LABO, SID, EDISA e SISCO, todas privadas,
criadas a partir de tecnologias
licenciadas por empresas internacionais e com o compromisso de desenvolvimento
local.
Em Junho de
1976 a IBM anuncia a fabricação, no
Brasil, do seu modelo mundial de minicomputador , o Sistema /32, com a expectativa de competir
nesse segmento com as vantagens de um produto nacional, mas acabou batendo de frente com os minis de
empresas nacionais, protegidas pelas leis de informática, e após mais de um ano
de embates politicos, a IBM não teve a fabricação
do /32 autorizada por aqui.
Pouco tempo depois de ver seu plano para o S/32
cair por terra, a IBM obteve permissao
para produzir na fábrica de Sumaré-SP
alguns modelos da familia S/370, especialmente configurados para o mercado
brasileiro. Novamente, o mainframe expandia
suas raízes no Brasil.
Ao lado das
estatais e orgãos publicos, os bancos foram as primeiras empresas a instalarem
computadores, sendo o Bradesco o primeiro entre eles quando em 1961 instalou um
IBM 1401, no ano seguinte a banco Nacional instalou um Burroughs e em 1965 o Itaú instalou um IBM 1401. Em 1968 o Bamerindus começava a usar um
Univac.
A
informatização dos bancos se deu em ritmo muito lento, a automação de processos
sofreu grande resistencia por parte dos funcionários, em alguns casos até
boicote, mas nem por isso a transformação
em curso deixou de acontecer.
Motivados
pela boom economico que o país passava nos anos 70, a indústria bancária
passou por um processo de grandes transformações, onde os grandes bancos adquiriram os bancos
regionais, formando os grandes grupos nacionais.
Foi nessa
época que Bradesco, Itaú, Nacional , Bamerindus, Real, Banorte e Unibanco se
alastraram por todo o pais e lideraram o processo de informatização no setor.
Bradesco e
Itaú, foram mais além do que simplesmente se informatizar. Vendo a capacidade de transformação que os
computadores representavam, resolveram criar o seu próprio braço de
tecnologia. O Itaú criou a Itaútec com
o objetivo de oferecer tecnologia bancária
para todo o setor, não apenas para seu próprio consumo.
O Bradesco
por sua vez, resolveu fomentar empresas já existentes, como Cobra, Sid e
Digilab.
SEI
Em 1979,
com o objetivo de centralizar toda a politica de informatica do Brasil,
incluindo os segmentos de Software e micro-eletronica, que começavam a surgir em
torno do crescimento da industria nacional na area de mini-computadores, é
criada a Secretária Especial de Informática (SEI), iniciando suas atividades no
início do ano seguinte, em substituiçào
a CAPRE e subordinada ao Conselho de Segurança Nacional.
Já sob o
governo do general João Batista Figueredo, as politicas de informática sofrem
nova revisão e é criada a SEI (Secretária Especial de Informática) , submetida
ao Conselho de Segurança Nacional,
extinguindo-se a CAPRE. Como
maior novidade, as diretrizes da SEI
começam a fomentar a indústria de Software, e não apenas o Hardware, como até
então. Não demoraria muito o fim da
Digibras.
A SEI
segmentou a industria em seis classes de computadores, de acordo com criterios
de capacidade de processametno, memória e
faixa de preço, sendo que as classes de 1 a 4, que englobavam desde os
microcomputadores, equipamentos de
escritorio e até os super-minicomputdores,
ficam reservados para a indústria nacional enquanto as classes 5 e 6,
representados pelos computadores medios, grandes e super-grandes, ficam
liberados para importação.
De acordo
com a classificação obtida pela SEI, os computadores IBM-4341 e
Buroughs-6900
tiveram autorização para comercialização no país.
Isso abriu
um enorme mercado para o estabelecimento da segunda geração de maquinas de
arquitetura S/360 no Brasil, lançada em 1976 nos Estados Unidos, e que
contribuiu para a difusão da plataforma no Brasil, mas não seria a única,
outras tantas situações como essa ocorreriam nos próximos anos.
No final desse
mesmo ano, alguns modelos de mainframe da familia 4331 também tiveram sua
fabricação aprovada no país.
A
informatização ía de vento em popa nos setores público, federal e estadual, e
bancário. E foi justamente nesses setores que o mainframe se estabeleceu e isso
persiste até hoje.
Numa rápida
avaliação da situaçao do mercado brasileiro em fins de 1981, os números se
mostravam muito animadores em todos os segmentos, minis, micros, periféricos,
representando a indústria nacional enquanto no segmento não-reservado, IBM e Burroughs também não tinham do se
queixar.
De acordo
com dados da SEI de 1981, existiam 2800 mainframes instalados no país, entre
IBM (45%), Burroughs (15%), HP(15%) e
Honeywell-Bull(5%), Sperry Univac, Fujitsu tambem apareciam nas
estatísticas.
Esses
números continuaram crescendo ao longo dos anos 80, chegando ao seu máximo no
final da década e já começandoa cair no início dos anos 90.
Entre as
empresas nacionais com a sua produção de minis e micros, a Cobra aparecia no
topo das estatísticas, seguida de Labo, SID, Edisa, Sisco e várias outras de
menor porte.
O Brasil
começava a se firmar entre os maiores mercados de informatica do mundo, depois
de Estados Unidos, Japão e de alguns poucos países da Europa, mas ganhando
posições sobre esses últimos.
O Bradesco
inaugurava sua primeira agencia On-line no final de 1981, desencadeando
uma acirrada competição com o Itaú, que veio a inaugurar a sua pouco tempo
depois, baseado num gerenciador de transações desenvolvido por ele mesmo e que
continua operacional até os dias de hoje.
Nessa mesma
época começam a surgir no cenário internacional, os computadores pessoais,
liderados por Intel e IBM. Esse fato
desencadenha uma nova corrida entre os fabricantes de computadores, abrindo uma
nova era na industria, popularizando a
tecnologia e tornando-a acessível para toda a sociedade.
Surge um
novo e gigantesco mercado, onde as companhias globais tem vantagem competitiva
pela escala de produção e dominio da nova tecnologia. Novamente, as empresas
nacionais se vêem remando contra a maré.
Aliado ao
cenário da computação mundial, outros fatos começavam a influenciar a política
de informatica. Devido a crise mundial
de petróleo, a economia já não apresentava o vigor dos anos 70 e os incentivos
do governo a indústria nacional começaram a escacear. No campo político, o governo militar começada
a dar sinais de restabelecer os plenos poderes as instituições democráticas, permitindo o debate aberto em torno da
política de informática. A sociedade
começada a clamar por ‘ Diretas Já ‘ .
Ao longo
dos anos 80, cresce o debate político no congresso em torno dos principais
temas nacionais e a politica de informática e’
um deles, quando em 1984 é anunciada a Lei de Informática, última
tentativa do governo de inpulsionar a indústria nacional com leis
protecionistas e restriçoes as grandes multinacionais.
A disputa
partidaria voltava com liberdade ao congresso nacional e colocava em questão a
manutenção da SEI, que perdia espaço e que veio a ser definitivamente
extinta em Outubro de 1992, já sem forças de continuar lutando contra as leis
do livre mercado.
Sem entrar
em maiores discussões politicas desses cerca de 20 anos de política de
informática e a reserva de mercado, mas
reconhecendo que o aspecto politico foi
predominante ao aspecto tecnologico e
mercadologico, sob o angulo da penetração e estabelecimento do MF no mercado
brasileiro, pode-se dizer que esse
período foi muito frutífero para a adoção e expansão do MF no Brasil.
Apesar de
todas as restriçoes ao capital e tecnologia estrangeiros, a IBM conseguiu
transpor essas barreiras mais do que qualquer outra empresa de igual situação,
soube encontrar as brechas das leis, soube posicionar o seu produto e soube
cativar o mercado.
Durante esse
período, o Brasil se tornou um dos maiores mercados mundiais de MF e isso lhe
garantiu excelente retorno durante os anos de vacas gordas e gerou uma reserva
técnica para os anos de vacas magras, que viriam logo a seguir.
Por outro
lado, de todas as empresas nacionais que surgiram como resultado das diversas
políticas de informática, apenas a COBRA se mantem até os dias de hoje, mas num
modelo totalmente diferente daquele que foi originalmente concebido.
As Multinacionais no Brasil
A IBM
iniciou suas atividades no Brasil em 1917, muito antes de existirem
computadores no mundo, originalmente com maquinas tabuladoras e automação de
escritório. Quando entrou para o mercado
de computadores, foi natural disponibiliza-los no mercado brasileiro através de
importação, no primeiro momento e
fabricação local, num segundo momento.
A sua participação no mercado brasileiro de computadores foi uma
decorrencia natural das suas atividades
por aqui, juntamente com outras linhas de produtos.
A
Burroughs, outra grande empresa até os anos 80, instalou-se por aqui em 1953,
inicialmente produzindo calculadoras e maquinas registradoras para o segmento
bancário.
Nos anos
1986 adquire a Sperry e passa a se chamar Unisys, que aos poucos se retrai do
mercado de computadores entrando para a área de prestação de serviços em TI,
onde se encontra até hoje.
Além dessas
duas, que se destacaram no segmento de mainframes, outras grandes empresas se
instalaram no país ao longo dos anos 50 e disputaram principalmente o segmente
de mini-computadores , entre elas Sperry Rand, Olivetti, NCR, Honeywell e HP, esta última mais voltado para aplicações
científicas e de engenharia.
Com o
crescimento exponencial do MF no mundo e no Brasil a partir dos anos 70,
surgiram empresas que produziam computadores compatíveis com a arquitetura do
S/360, as principais entre elas são Fujitsu/Amdhal e Hitachi,
que permaneceram no país até meados dos anos 90. A partir de então
partem para outros segmentos do mercado
de informática. Hoje fabricam
computadores de arquitetura Unix, periféricos, unidades de armazenamento de
dados e soluções para o setor bancario.
As diversas
politicas de informática implantadas pelo governo brasileiro em conjunto com as
transformações passadas no mercado
mundial de informática e a acelerada evolução da tecnologia fez com que essas
empresas saíssem do mercado, com exceção da HP, que fez desses fatores motor
para o seu crescimento.
No final
dos anos 80, início dos anos 90, é fundada a SUN Microsystems, que surge no
mercado de servidores Unix, inicialmente para aplicações científicas e
engenharia mas com o surgimento do novo mercado de telefonia celular e a
Internet, posiciona-se nesses segmentos e tem seu nome associado a modernidade
tecnológica, obtendo grande sucesso.
Foi a
precursora da linguagem Java, da qual se tornou proprietária.
Em 2009, a
Sun Microsystems é adquirida pela Oracle .
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